segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Portas de Marrocos



Portas de casbah do sul de Marrocos (Ouarzazate). Madeira de cedro. Museu de origem: Dar Si Said, Marraquexe.
Termina hoje 20 de Fevereiro, no Museu Municipal de Arqueologia de Silves, uma fabulosa exposição: "A Arte da Madeira em Marrocos Saber e Tradição Milenar".
Esta mostra começou em 20 de Novembro.Se forem hoje a Silves, admirem a beleza dos materiais expostos, entre as 9 da manhã e as cinco e meia da tarde.
Trata-se, segundo o catálogo "de jóias de arte antiga marroquina e utensílios do quotidiano passado e actual. Esta intencional dualidade pretende sublinhar a importância de patrimonializar tanto objectos de grande riqueza e elaboração artística como os de maior simplicidade mas que, com o passar dos séculos, ganharam um valor de memória colectiva, que justifica a sua salvaguarda."
(fotografia de LFM)

domingo, fevereiro 19, 2006

Porta do Castelo de Loulé


Lá dentro estão preciosidades, séculos de história. O Museu Municipal de Loulé tem ali o seu núcleo fundamental, de cariz arqueológico, com tesouros da época romana e do período muçulmano. No primeiro andar, a cozinha algarvia tradicional apresenta-se...
A aldraba já não chama alcaides, guarnições, nem anuncia nobreza, clero, povo...
Mas permanece, vestida de preto, sobre a madeira pintada de vermelho. Lembrando que já foi útil.
(fotografia de LFM, Janeiro 2006)

domingo, fevereiro 12, 2006

Blogue da Aldraba Existe Há Um Ano


Margarida Alves, (nesta foto de LFM, em pé, lendo um poema de Adeodato Barreto, durante a tertúlia realizada, no início de Dezembro, na Casa do Alentejo, para assinalar o centenário do nascimento daquele notável cidadão luso-goês) é vice-presidente da direcção da Aldraba-associação do espaço e património popular. Desde 1 de Fevereiro de 2005, Margarida tem sido a principal responsável pelo respectivo blogue.
Ajudou a abrir as portas do conhecimento, relativamente a aspectos desconhecidos do nosso património. Merece aplauso.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

A Aldraba de Alpiarça


Das centenas de imagens que me foram chegando, sobre aldrabas, batentes, espelhos de fechadura, decorações de portas, nomeadamente as de arte nova, incluíndo vários géneros de postigos, esta é das preferidas, sobretudo porque está associada a uma história de vida.
Hélia Bernardes, a professora do ensino básico, autora desta imagem, que mostra bem o uso do belo instrumento, contou-me que por vezes não resiste a mexer na aldraba, como se voltasse a tocar na pele da sua infância feliz.
Lá dentro havia uma padaria e era costume Hélia, a menina, fazer recados à mãe, indo ao pão, por exemplo. As gentes da casa deixaram-lhe uma memória harmoniosa... era bom bater na aldraba para chamar quem morava ali. Recebiam com um sorriso, que a aldraba parece guardar ainda...
(fotografia de Hélia Bernardes)

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

A PORTA, DE FRANCISCO SILVA AMARO


Silva Amaro é um beirão discreto mas incisivo. A sua poesia é uma porta para o mundo e tem este olhar sarcástico:

o que vejo eu
em dia de rotina

o fiscal da câmara
abre uma janela clandestina

o contrutor rasga a guia
do material que recebia

o gnr a favor da corrupção
limpa a transgressão

para beneficiar uma equipa
o árbitro não apita

as firmas vão à falência
para salvar a gerência

o político paga um favor
nomeando um assessor

para legalizar o imbróglio
o juíz consulta o código

in "A Porta" de Silva Amaro, p. 61.